Metafísica do Absurdo
31.1.05
  A verdade é que gostaria de escrever tudo; não deixar passar nada. Fazer as palavras agarrarem-se ao papel e ancorar seus sentidos. Desejaria não me furtar a nada e nada negligenciar. Vivenciar os eventos, tomar a palavra e amarrar a semântica. Meu sonho é que tudo se transforme num eterno presente de tal forma que eu seja arrebatado por essa bruma de expectativas que me toma de assalto algumas vezes. Assim, teria aquela alegria inocente e violenta que nos roubas as palavras... As mesmas que gostaria de escrever agora.

G.

 
26.1.05
  Let the tears splash all over you

#41
Dave Matthews Band


Come and see
I swear by now I'm playing time against
my troubles
Oh, I'm coming slow but speeding
Do you wish a dance and while
I'm in the front
The play on time is won
Oh, But the difficulty is coming here
I will go in this way
And find my own way out
I won't tell you to stay
But I'm coming to much more
Me
All at once the ghosts come back
Reeling in you now
Oh, What if they came down crushing
Remember when I used to play for
all of the loneliness that nobody
notices now
Oh, I'm begging slow I'm coming here
Only waiting I wanted to stay
I wanted to play,
I wanted to love you
I'm only this far
And only tomorrow leads this way
I'm coming waltzing back and
moving into your head
Please, I wouldn't pass you by
Oh, I wouldn't take any more than
What sort of man goes by
I will bring water
Why won't you ever be glad
It melts into wonder
I came in praying for you
Why won't you run
into the rain and play
And let the tears splash all over you.
 
17.1.05
 

Gustave Courbet - The Cliffs of Etretat After a Storm


"É só após alguns dias de estada, quando já passada a euforia de retornar, que sinto realmente o gosto e o peso de estar aqui. Precisamente nestes momentos, onde uma certa calma que só provem das grandes certezas e das grandes verdades, é que entendo o que é voltar para cá. Não se trata apenas de um rever; é toda uma existência que se coagula nestes minutos densos a ponto de imaginar que tudo poderia ser refeito. Alcanço um ponto onde me confundo com a brisa que vem do mar nesta sensação de abertura infinita. E como não amar este lugar com a obstinação com que procuro amar minha própria vida. Eis que aqui minhas têmporas são golpeadas com toda a força dos primórdios; eis que aqui eu tudo posso.

Mas assim como todo meu ser está aqui, atualiza-se a angústia e o inevitável sentimento de que sou ultrapassado por estas pequenas montanhas e esse sol que a tudo devora."

G.

 
4.1.05
  MEMENTO MORTIS

ALBERT CAMUS - * 07 de novembro de 1913 - + 04 de janeiro de 1960

"A vinte e quatro quilômetros de Sens, na Rodovia 5, entre Champigny-sur-Yonne e Villeneyve-la-Guyard, o Facel-Vega, depois de uma guinada, sai da estrada em linha reta, se arrebenta contra um plátano, ricocheteia para cima de uma outra árvore, se desmantela. Michel sai gravemente ferido, Janine ilesa, Anne também. O cachorro desaparece. Albert Camus morreu na hora. O relógio do painel é encontrado bloqueado às 13:55."
Olivier Todd, Albert Camus - Uma vida.





“Penso agora em flores, sorrisos, desejo de mulher, e compreendo que todo o meu horror de morrer está contido em meu ciúme de vida. Sinto ciúme daqueles que virão e para os quais as flores e o desejo de mulher terão todo o seu sentido de carne e de sangue. Sou invejoso porque amo demais a vida para não ser egoísta... Quero suportar minha lucidez até o fim e contemplar minha morte com toda a exuberância de meu ciúme e de meu horror”

Albert Camus - Núpcias


 
3.1.05
 

J. Pollock - Number 1 (Lavender Mist)



Como se a própria estrutura íntima das coisas estivesse impregnada dessa desordem, elas se apresentam e se re-arranjam de forma caótica. Há então um mover-se cujo ritmo é o paroxismo do não-linear. Por vezes é assim que a vida se expressa e pouco há que se fazer, salvo buscar nessa des-ordem uma centelha de algo que a ultrapasse...

Buscar o rasgo que por vezes o instante propicia, pelo qual aquilo para além de nossa simples estrutura irrompe. Escavar o perene no fugaz. Eis o que devemos fazer!

G.

 
«Il n’y a pas d’amour de vivre sans désespoir de vivre.» Albert Camus, L'Envers et l'Endroit

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