Metafísica do Absurdo
11.9.05
  Interlúdio*
Cecília Meireles

As palavras estão muito ditas
e o mundo muito pensado.
Fico ao teu lado.

Não me digas que há futuro
nem passado.
Deixa o presente - claro muro
sem coisas escritas.

Deixa o presente. Não fales,
Não me expliques o presente,
pois é tudo demasiado.

Em águas de eternamente,
o cometa dos meus males
afunda, desarvorado.

Fico ao teu lado.

***



VERMEER VAN DELFT, Jan. Girl Interrupted at Her Music - 1660-61



***


Há nela um gosto de vida invejável, e no entanto...

* Par une petite étoile

 
3.9.05
  Porque há também me mim um vazio terrível que me faz mal e me leva a humilhações absurdas - e sobretudo humilhantes. Pedir é sempre deslocar-se de seu centro. É, ao menos por um instante, admitir o vazio dentro de si. Ora, mas porquê pediríamos senão por isso? Mas isso também me faz mal. Esse espaço, esse vácuo entre mim e mim mesmo faz emanar uma sensação fugidia de desgosto ou de Eterno, não sei bem, que sobretudo me incomoda.

Na verdade, cultivo o Eterno no desgosto.

G.

 
«Il n’y a pas d’amour de vivre sans désespoir de vivre.» Albert Camus, L'Envers et l'Endroit

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