Metafísica do Absurdo
"Tristis est anima mea usque ad mortem"
Mt. 26,38.
Se é verdade que as Escrituras desvelam a Verdade eis que, perante a morte, o próprio Cristo angustiou-se. Não encontrando apoio nem em seus prediletos, tremeu diante de seu próprio sofrimento. E eis que aqui não vacilo: não seria esta uma demonstração de fraqueza na fé, poderiam alguns objetarem. Mas não; aqui o Cristo exibe-se como verdadeiro homem. Na angústia e no pavor do sofrimento ele eleva sua humanidade ao reconhecer-se no sofrimento. Porém, ao entregar-se ao Pai, pedindo uma única vez para que o Cálice passe sem o beber, mas duas vezes para que seja feita a vontade do Pai e não a Sua, Jesus irrompe verdadeiramente como Deus conosco.
Divertissement"Se a nossa condição fosse verdadeiramente feliz, não precisaríamos deixar de pensar pra nos tornarmos felizes. (...) Não tendo conseguido curar a morte, a miséria, a ignorância, os homens lembraram-se, para serem felizes, de não pensar nisso tudo".
Pascal - Pensées
Estou em meio a Kierkegaard, Platão, Dostoiévski, Camus, Sartre, Lévinas, Pascal, Barth... e uma pequena paixãozinha insistente que consegue, por instantes, colocar alguns dos maiores homens da humanidade em segundo plano...
«Il n’y a pas d’amour de vivre sans désespoir de vivre.»
Albert Camus, L'Envers et l'Endroit